Aqui estarão disponíveis algumas poesias minhas
CHEIRO
Que teu cheiro não perca o gosto
Que meu olhar sorve… E saliva
Tenho crido tanto e como
É um desviver não te ter assim
Toda insana a malinar meu peito
Como criança a brincar, traquina;
A desfrutar como seu brinquedo
Pra depois de afundar-se em mim
Acalmar seus rebojos nos peraus do leito
Espraiando-se assim… Em total degredo.
Javier Di Mar-y-abá
Entre pontos
Javier Di Mar-y-abá
Entre a porta e a rua: a lua
Entre a lua e a rua: o lago
Entre o lago e a relva: o cio
Entre o corpo e o suor: meu rio
Entre a dor e o escárnio: o riso
Entre o ter e o saber: O preciso
Entre o belo e a pintura: o artista
“toda vista esse é um ponto de vista”
Entre o olhar e o querer: o frissson
Entre afago e a mão: o arrepio
Entre o afã e o espaço: o frio
E o vibrar que produz todo som
Entre a noite e o dia: a esperança
Ao olhar que balança: contra-dança
No amor que se deita: o mundo
No silêncio profundo jazz tudo
A porta, a rua, a lua
O lago, a relva, o cio
O corpo, o suor, meu rio
A dor, o escárnio, o riso
O belo, a pintura, o artista
O olhar, o querer, o frissson
O afago, a mão, o arrepio
O afã, o espaço, o frio
A beleza dos sons… toda vista
Mas tudo isso é só um ponto de vista.
KAARU MBIJA
Javier Di Mar-y-abá
Ademir Braz
Aquela estrela matinal, aquela!
Igual ao brilho da janela dos teus olhos
Quando me olhas;
É kaaru mbija entre as folhas
Da selva e o céu guarani
Dele nasceu por ti esta nova canção
Que espalha o teu amor bem-vindo
A soletrar-me num arranjo infindo
Nesse dizer-se que te quero tanto
Mas que a lua és meu encanto
Desaprendi a solidão.
Ah, minha amada ouve a minha voz
Maior que o oceano, o amor em nós,
É uma lua cheia em noite de verão
Javier Di Mar-y-abá 